Desmatamento ameaça capacidade da Amazônia de capturar carbono, diz estudo
O levantamento mostra que Territórios Indígenas (TI) e Áreas Naturais Protegidas (ANP) concentraram 61% do carbono florestal capturado em 2023, sendo as regiões com maior preservação e menor taxa de desmatamento.
“Cada tonelada de carbono mantida nos bosques amazônicos é uma aposta no futuro do planeta. Fortalecer a proteção desses territórios é essencial para conservar as maiores reservas de carbono do mundo”, afirmou Mireya Bravo Frey, coordenadora do Projeto Ciência e Saber Indígena por la Amazonía, da RAISG.
Em um cenário intermediário, chamado de “regulação permissiva”, a redução seria de 2,7%, com perda de 2,29 bilhões de toneladas até o fim da década. Já no caso de “inércia” — sem mudanças significativas nas políticas ambientais —, a queda seria de 2%, o equivalente a 1,1 bilhão de toneladas.
Os dados indicam que a capacidade de captura de carbono da Amazônia já vem diminuindo. Entre 2000 e 2023, os bosques deixaram de armazenar 5,7 bilhões de toneladas de carbono, uma queda de 6,3%, segundo o levantamento.
Nesse período, mais de 88 milhões de hectares de floresta deram lugar a áreas agropecuárias, urbanas e de mineração, o que enfraqueceu a regeneração das árvores e reduziu sua capacidade de fotossíntese.
A RAISG recomenda ações urgentes para frear o desmatamento e os incêndios florestais, fortalecer os direitos territoriais dos povos indígenas e conectar áreas de conservação por meio de corredores ecológicos.
“Se não reconhecermos o papel central dos povos indígenas, a Amazônia deixará de ser aliada climática e se tornará fonte de crise. Não se trata apenas de árvores, mas da vida no planeta”, alertou Renzo Piana, diretor do Instituto do Bem Comum, integrante da rede.
DIVULGAÇÃO: REPRODUÇÃO - CNN BRASIL/VINÍCIUS MURAD
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